Eu deito, o Sol me recobre com toda sua energia. Eu o sinto em cada pedaço de meu corpo. É como se ele me tocasse levemente, suavemente. Ele me tranqüiliza e me acalma. E, ao mesmo tempo, me aquece e me excita. Eu podia ficar o dia todo aqui, me exibindo para ele e brincando com a água. Podia passar horas olhando as nuvens que passam pela minha cabeça.
Eu procuro por desenho nelas. Vejo um monstro de sorriso assustador. Logo depois, aparece uma sereia de cauda comprida e um cachorrinho deitado. São tantos seres flutuantes. Eles se decompõem, se unem e formam coisas novas. O peixe vira homem, que vira cavalos, que vira um passarinho de olhos arregalados e bico aberto. Vivem em completa transformação. Desmancham-se, recriam-se, tornam-se bonitos, voltam a ser feios. São complexos e simples. São nobres, pobres, suaves, fortes. São muitos e poucos, interessantes e vazios.


Acho que tô me sentindo meio nuvem hoje, meio lost.

Ai que saudade de Itacaréé!
Eu queria estar lá em algum lugar...
deitada, olhando as nuvens!